Criada em 2006 com o objetivo de formar mão de obra para o ramo gastronômico, a organização ajuda a encaminhar 90% de seus alunos para o emprego formal
Aos 18 anos, o curitibano David Hertz tinha muitas dúvidas do que queria fazer da vida – e lembrou que, nessas horas, viajar é sempre a melhor receita. Foi morar um ano em um kibutz em Israel e, de lá, seguiu para países como Índia e Tailândia, onde fez um curso de culinária que mudaria sua trajetória. Depois de sete anos rodando o mundo, ele voltou para o Brasil decidido: queria trabalhar com gastronomia, mas também ajudar a formar mão de obra de jovens de baixa renda para entrar neste mercado.
Criada por David Hertz em 2006 com o objetivo de promover a gastronomia como forma de inclusão e desenvolvimento social, a Gastromotiva é hoje uma das organizações mais respeitadas nesta área. Além de índices como 93% de empregabilidade dos jovens que participam das oficinas, recebeu em 2008 o primeiro Prêmio Responsabilidade Social na Alimentação, da revista Prazeres da Mesa, e foi usada como modelo para um projeto similar desenvolvido na Indonésia durante o V Youth Employment Summit – Rework the World, realizado na Suécia em 2010.
Com o apoio da BrazilFoundation, a Gastromotiva já está oferecendo novas oficinas de 280 horas. As aulas práticas, com duração de 100 horas, vão contemplar técnicas básicas como panificação, confeitaria e cozinha brasileira, além de planejamento de eventos. O curso envolve ainda aulas de cidadania, empreendedorismo, ecogastronomia e cozinha saudável, além de 80 horas de estágio em um restaurante de São Paulo.
“A novidade este ano é que estamos com um time de professores formado por vários ex-alunos”, conta David, que pretende estender as oficinas para outras cidades do país. O idealizador da Gastromotiva também comanda uma das aulas sobre alimentos de pequenos produtores. “Esta semana fizemos uma salada com quatro tipos de ervas que podem ser produzidas em qualquer jardim.”
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