Filantropia é um dever cívico, diz investidor
Paulo Passoni é especialista em investimentos em mercados emergentes e, há anos, o diretor da Third Point LLC é também um investidor do setor social. Suas doações têm como destino organizações sem fins lucrativos que trabalham para desenvolver a educação e para preparar líderes para atuação política no Brasil. Passoni considera a filantropia um dever cívico e diz que líderes empresariais precisam fazer sua parte. Confira a entrevista.
1. O que te motiva a doar?
Causas que eu acredito poderem fazer diferença pro país como um todo. Me sinto como quando faço um investimento: será que vai funcionar? Obviamente que faço por que acho que tem uma boa chance de dar certo, sobretudo na ótica de longo prazo.
2. Que causas você apoia?
[Apoio] a Fundação Estudar e a Renova Brasil. A Fundação Estudar porque acredito na diferença que indivíduos podem ter em quase tudo e no poderoso efeito dos bons exemplos. A Renova Brasil porque ficar mudo no âmbito político é igual a aceitar que aqueles que não ficam decidam por você.
3. Qual a importância do investimento filantrópico?
Temos uma cultura muito pobre de investimento filantrópico. No começo da carreira, acho razoável doar entre 2% e 5% da renda líquida de impostos. No final da carreira, pelo menos 10%. Não tem muita desculpa pra não fazer isso. Temos muitos líderes empresariais que são muito individualistas e não exercem seus deveres cívicos.
4. Qual o retorno que você espera das suas doações?
As organizações para qual contribuo têm indicadores de performance (KPIs) e espero que continuem evoluindo nesses objetivos.
5. Você recomenda a outras pessoas que doem também? Por quê?
Para parar de reclamar das coisas que não funcionam e fazerem algo a respeito. Acho que também traz felicidade individual.